Do autor Juan Arias, escritor e jornalista que cursou teologia, filosofia, psicologia, línguas semíticas e filologia e fez importantes viagens pelo mundo com os papas Paulo VI e João Paulo II, este livro traz o segredo mais bem guardado da Igreja: as relações entre Maria Madalena e Jesus Cristo.
Maria de Magdala foi a mulher a qual a Igreja Católica sempre teceu como pecadora e prostituta, vulgar e endemoniada, todavia, foi a primeira pessoa a qual Jesus revelou seus segredos, e Jesus apareceu após ter ressuscitado (isso nem os Evangelhos canônicos, aqueles que segundo a Igreja são inspirados por Deus) puderam e podem negar, e ela que pelo próprio Cristo é incumbida de ser a mensageira de levar essa notícia aos apóstolos que estavam medrosos e escondidos.
Jamais se conseguiu entender porque foi a ela, uma mulher (que na época de Jesus, não valor algum na sociedade), que o Mestre revelou seus segredos, segredos dos quais escondia até dos seus discípulos.
Por esses e outros motivos, o autor aborda de forma clara em seu espetacular livro.
A Igreja sempre teve medo dessa personagem, e a tachou como pecadora, prostituta, mulher vulgar e endemoniada. Pelo fato de ela ser, segundo os textos apresentados no livro, uma peça essencial no início do cristianismo; e também manter relações afetivas com Jesus, e segundo escritos encontrados na região do Mar Morto, relatam o casamento de Jesus e Maria de Magdala (talvez as próprias Bodas de Caná, onde Jesus realiza seu primeiro milagre, pode ser suas bodas), que também a atestam como a discípula amada, a que Jesus amava mais que os outros, e quem mais confiou.
Esses mesmos Evangelhos, considerados apócrifos pela Igreja, também tratam Maria Madalena como uma mulher culta, de família de nobre e iniciada na filosofia gnóstica, por isso entendia de forma análoga os ensinamentos de Cristo, que muitas vezes eram misteriosos e incompreensíveis por seus seguidores, simples pescadores e homens poucos cultos e por nós mesmos; por isso Jesus deixou a ela a liderança da sua Igreja, mas que foi roubada por Pedro e Paulo, que deram origem a uma Igreja (tal como a conhecemos, Igreja Católica) diferente da defendida por Cristo, que não era a favor da desigualdade entre homens e mulheres e de uma Igreja hierárquica.
A cada vez mais se reconhece o devido respeito à Maria Madalena, que foi tachada como “escrava da luxúria”, pelo papa Gregório Magno.
E graças à descoberta dos Evangelhos apócrifos, em 1945, começa a se delinear a história verdadeira e escondia por séculos pela Igreja. Esses manuscritos gnósticos têm obrigado a teologia católica a uma releitura do 4º Evangelho, de João, que sempre deu tanta aporrinhação à Igreja, por ter forte influência gnóstica, e também trazer muitos detalhes sobre a aparição de Cristo à Madalena após sua Ressurreição, como poderia o apóstolo, que ali não estava saber de minuciosos detalhes desse encontro? Quem já leu a passagem da Ressurreição de Jesus, pelo Evangelho de São João, sabe disso. Há indícios de que este “IV Evangelho” tenha sido escrito por influência de Maria Madalena, que contou minuciosos detalhes a João, ou até mesmo ter sido escrito por ela própria sob pseudônimo de João.
A própria Igreja Católica, já reconheceu um mínimo de sua historia e valor, isto pode ser visto pelo fato de que na festa de Maria Madalena (22 de julho), a Igreja modificou os textos da liturgia após o Concílio Vaticano II, não a considerando mais como prostituta; essa modificação foi através do texto do evangelho, que antes era lido “Lucas 7, 36-50”, que a tratava como prostituta arrependida, e passou a ler “João 20, 1-2. 11-18”, onde se narra ela como testemunha única à qual Jesus aparece primeiramente após ressuscitar.
Mesmo assim, analisando os Evangelhos Canônicos, claramente percebemos que ela é a figura mais misteriosa, que causa medo às autoridades eclesiásticas, que por medo de ser descoberto o verdadeiro segredo de Madalena, a verdadeira enamorada do jovem da Galileia. Maria Madalena é a mulher que aparecesse mais vezes nos Evangelhos Canônicos, 17 vezes, mais que a própria mãe de Jesus, ou seja, ela tem uma enorme importância no cristianismo, que foi esquecido, escondido, enganado e mergulhado em trevas pela Igreja Católica.
Enfim, o livro é excelente e eu recomendo de primeira mão a quem gosta de uma boa leitura. Ele aborda de forma concreta e abrangente:
· Maria Madalena que não era prostituta nem endemoniada;
· Madalena histórica, origem do seu nome;
· Relações entre Jesus e Maria de Magdala, e também suas bodas, seu casamento diferenciado, apresenta-a também como a companheira de Jesus;
· A influência gnóstica de Madalena, a verdadeira fundadora do cristianismo e a qual foi deixada o dever de dar continuidade aos planos e ensinamentos de Jesus e sua nova seita;
· Madalena dos Evangelhos Apócrifos, sua representação artística dada pelas invenções da Igreja Católica;
· Como ela renovou e deu ânimo aos medrosos apóstolos, para seguirem com os ensinamentos de Cristo e sua nova seita;
· E por fim, aborda algumas lendas sobre Maria Madalena, como para onde ela se foi estando porventura grávida de Jesus, onde ela faleceu, onde está sua tumba e a lenda mais famosa, que inclusive o escritor Dan Brown descreve em seu livro “O código da Vinci”, o Santo Graal.
Aos amantes de histórias tidas por muitos como de conspiração, e também que fazem ‘abrir’ sua mente, vale a pena ler este livro. E concluindo aqui esta postagem, deixo algumas perguntas, que podem ser respondidas pela leitura do livro:
Por que desde o início dos tempos a Igreja Católica tratou de obscurecer a imagem de Madalena? Por que a fiel e dedicada companheira de Jesus foi convertida numa vulgar prostituta? Por que o Cristo Nazareno não escolheu um homem para anunciar a Boa-nova? Por que foi Madalena e não Pedro o escolhido?
Boa leitura a todos.
Adorei seu texto. Faço várias leituras e vejo vídeos sobre Jesus e Madalena e seu "santo matrimonio". A Igreja e o patriarcado mancharam a história que se levada a sério e com verdade, teria mudado o rumo da nossa história de hj.
ResponderExcluirgrata
sandra